domingo, 26 de outubro de 2025

COMENTÁRIOS SOBRE A TESE POLÍTICA DA CENTRAL OPERÁRIA BOLIVIANA * Central Operária Boliviana/COB

COMENTÁRIOS SOBRE A TESE POLÍTICA DA CENTRAL OPERÁRIA BOLIVIANA (COB)
Chaves para um Projeto de Emancipação na Bolívia
(Parte 1)

Diego Hernán Moscoso Sanginés Uriarte

A principal diferença entre a análise dos economistas burgueses (liberais, neoliberais, anarcocapitalistas, libertários, keynesianos, monetaristas, etc.) e as análises econômicas do proletariado está na identificação das causas e efeitos da crise econômica.

No contexto atual da Bolívia, os economistas tradicionais geralmente sustentam que a principal causa da crise está na composição, nos poderes e nas características operacionais da administração pública; ou seja, eles acreditam que o problema está nas instituições públicas e no orçamento do Estado: seu tamanho, fontes de financiamento, alocação e beneficiários.

Em outras palavras, o problema que desencadeou a crise foram os limites e o alcance da ação do Estado. Portanto, a solução — na perspectiva deles — é reduzir esses limites para ampliar o alcance da ação das empresas capitalistas.

Consequentemente, a escassez de combustível, a falta de moeda estrangeira no Banco Central da Colômbia (BCB), o aumento dos preços, a desvalorização da moeda nacional e o surgimento do câmbio paralelo são apresentados como fenômenos independentes, mas todos causados ​​pelo Estado.

Enquanto isso, análises econômicas da classe trabalhadora identificam que a escassez de combustível, a falta de moeda estrangeira no Banco Central da Bolívia (BCB), o aumento dos preços e a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar estão totalmente inter-relacionados e compartilham uma origem comum: a moeda estrangeira proveniente das exportações do setor privado não entra no país nem é convertida em reservas líquidas no Banco Central da Bolívia (BCB).

As evidências são contundentes: entre 2000 e 2024, a Bolívia acumulou um superávit comercial de quase US$ 14 bilhões. No entanto, em 2024, as Reservas Internacionais Líquidas despencaram para US$ 1,977 bilhão. Os US$ 12 bilhões ou mais que faltavam não desapareceram por meio de gastos sociais, mas sim fugiram do país por meio da repatriação de lucros de corporações transnacionais, principalmente dos setores privatizados de mineração e hidrocarbonetos.

A eliminação da liquidação obrigatória de moeda estrangeira no Banco Central da Bolívia, por meio do Decreto Supremo 24.756, promulgado por Gonzalo Sánchez de Lozada em 1997, constituiu a perda fundamental da soberania econômica do país.


Convido você a ler a seguinte coluna de opinião:

COMENTÁRIOS SOBRE A TESE POLÍTICA DA CENTRAL OPERÁRIA BOLIVIANA (COB)
Chaves para um Projeto de Emancipação na Bolívia
(Parte 2)

Diego Hernán Moscoso Sanginés Uriarte

Diante da crise econômica, a Bolívia enfrenta dois projetos opostos.

O projeto burguês oferece mais do mesmo: dívida externa, cortes no orçamento público, cortes de impostos para empresas transnacionais, privatização de empresas públicas e disciplinamento de sindicatos e organizações sociais. Em suma: menos poder estatal para o povo, mais poder para as corporações capitalistas.

Diante desse programa de empobrecimento e entrega, a visão da classe trabalhadora — expressa na Tese Política da COB — constrói uma alternativa de soberania e democracia econômica que se articula em quatro eixos:
– A Economia Mista, como articulação estratégica que subordina o capital a um projeto nacional.
– Controle Operário, como mecanismo de real democratização das decisões econômicas.
– Autogestão Operária, como prática concreta que prefigura uma sociedade sem exploração.
– Controle do Comércio Exterior, como ato de soberania que recupera divisas para financiar o desenvolvimento nacional.

Não se trata de medidas técnicas, mas sim de uma luta pelo poder econômico. Enquanto o projeto burguês concentra riqueza e toma decisões a partir de conselhos corporativos, o projeto dos trabalhadores democratiza, inclui e constrói soberania a partir das fábricas e comunidades.


TESE COB PARTE 1

Chaves para um Projeto de Emancipação na Bolívia

(Parte 1)

Diego Hernán Moscoso Sanginés Uriarte
Economista – outubro de 2025
Introdução: uma tese política que questiona o presente

A Central Operária Boliviana (COB) realizou seu XVIII Congresso Nacional Ordinário (CON) em Cobija, Pando, de 6 a 10 de outubro de 2025, no qual foi eleito e empossado o novo Comitê Executivo Nacional sob a liderança de Mario Argollo Mamani , Secretário Executivo, para o período 2025-2027.

O plenário da CON também aprovou uma nova Tese Política , proposta pela Confederação Geral dos Trabalhadores Fabris da Bolívia (CGTFB) . O documento político propõe:Autogestão e controle dos meios de produção pelos trabalhadores.
Restaurar a credibilidade do COB.
A unidade dos trabalhadores.
Sindicalização obrigatória.
A luta contra a terceirização.
A defesa dos direitos trabalhistas e humanos.
A pressão por uma economia mista com controle dos trabalhadores.

A reativação de megaprojetos (lítio, hidrelétrica, trem bioceânico).

A transição energética.

Fortalecimento de empreendimentos sociais e comunitários.
Reforma educacional e judicial.

A criação de um Projeto Político Sindical.

O documento político da CGTFB afirma, com razão, que "os trabalhadores que lideram a COB assumirão o bastão em 2025 com a consciência de que suas ações serão a verdadeira alternativa aos desafios que enfrentamos". Essa afirmação contém uma verdade profunda que requer precisão teórica e respaldo empírico .

O diagnóstico: uma crise estrutural de soberania

A visão convencional, promovida por analistas neoliberais, atribui a atual crise econômica aos gastos públicos: subsídios aos combustíveis, gastos sociais com educação e saúde, bônus e subsídios, número de servidores públicos e existência de empresas públicas. Em suma, a causa da crise é um Estado "obeso" .

Com esses argumentos, buscam posicionar a opinião pública, em primeiro lugar, de que a escassez de combustíveis, o aumento da inflação, a desvalorização da moeda nacional frente ao dólar americano e a redução de divisas nas Reservas Internacionais Líquidas (RIL) seriam fenômenos causados ​​pelo modelo econômico implementado nos últimos 19 anos (2006–2025).

Em segundo lugar, afirmam que a solução para a crise exige, como condição básica, a redução dos gastos públicos , ou seja, a redução do Orçamento Geral do Estado (PGE), ou, como eles chamam, "o encolhimento do Estado ". Ao mesmo tempo, as empresas públicas devem ser privatizadas, incorporadas em associações ou encerradas. Paralelamente, propõem a modificação da regulamentação para reduzir as alíquotas de impostos e flexibilizar os direitos trabalhistas, a fim de atrair capital internacional. Além disso, promovem a desvalorização da moeda nacional , a livre flutuação da taxa de câmbio e a contratação de empréstimos externos para obtenção de divisas.

A estratégia para implementar essas medidas baseia-se na aplicação de técnicas de operações psicológicas destinadas a influenciar a percepção pública, com o objetivo de fazê-la aceitar – e até mesmo exigir – a adoção de políticas públicas neoliberais. Para tanto, utilizam-se diversos métodos de comunicação e propaganda, como a divulgação de opiniões e estudos por especialistas com formação tecnocrática.

Por outro lado, amplificam a sensação de crise econômica , exacerbando a percepção da população ao apresentar um problema abstrato, localizado fora do tecido social, como se fosse um espectro macabro que só pode ser compreendido e enfrentado por especialistas cujas armas são fórmulas matemáticas complexas. Dessa forma, conseguem intimidar as pessoas a aceitarem passivamente as recomendações dos especialistas em economia.

Diante da incerteza e da especulação, as vozes "autorizadas", sob a cobertura de uma rede de instituições acadêmicas e de pesquisa, veículos de comunicação, associações empresariais, agências e organizações internacionais de cooperação e financiamento, constituem os portadores da certeza, da esperança, da estabilidade e do bom senso. Porque elas — somente elas — afirmam possuir o conhecimento necessário para solucionar a crise econômica. Mas o que não dizem é que sua função principal é representar os interesses da menor parcela da população , o chamado 1% . Em outras palavras, sua tarefa essencial é beneficiar as classes abastadas .

Entretanto, se analisada sob a perspectiva da economia política , essa narrativa se desfaz, sendo possível identificar a raiz da atual crise econômica: a perda da soberania econômica .

A principal diferença entre a análise dos economistas burgueses (liberais, neoliberais, anarcocapitalistas, libertários, keynesianos, monetaristas, etc.) e as análises econômicas do proletariado está na identificação das causas e efeitos da crise econômica.

No contexto atual da Bolívia, os economistas tradicionais geralmente sustentam que a principal causa da crise está na composição, nos poderes e nas características operacionais da administração pública ; ou seja, eles acreditam que o problema está nas instituições públicas e no orçamento do estado: seu tamanho, fontes de financiamento, alocação e beneficiários.

Em outras palavras, o problema que desencadeou a crise foram os limites e o alcance da ação do Estado . Portanto, a solução — na perspectiva deles — é reduzir esses limites para ampliar o alcance da ação das empresas capitalistas .

Consequentemente, a escassez de combustível, a falta de moeda estrangeira no Banco Central da Colômbia (BCB), o aumento dos preços, a desvalorização da moeda nacional e o surgimento do câmbio paralelo são apresentados como fenômenos independentes, mas todos causados ​​pelo Estado.

Enquanto isso, análises econômicas da classe trabalhadora identificam que a escassez de combustível, a falta de moeda estrangeira no Banco Central da Bolívia (BCB), o aumento dos preços e a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar estão inteiramente relacionados e compartilham uma origem comum: a moeda estrangeira proveniente das exportações do setor privado não entra no país nem constitui RIL no Banco Central da Bolívia (BCB) .

As evidências são contundentes: entre 2000 e 2024, a Bolívia acumulou um superávit comercial de quase US$ 14 bilhões . No entanto, em 2024, as Reservas Internacionais Líquidas despencaram para US$ 1,977 bilhão . Os US$ 12 bilhões ou mais que faltavam não desapareceram por meio de gastos sociais, mas sim fugiram do país por meio da repatriação de lucros de corporações transnacionais, principalmente dos setores privatizados de mineração e hidrocarbonetos.

A eliminação da obrigação de liquidação de divisas ao Banco Central da Bolívia , através do Decreto Supremo 24756 , promulgado por Gonzalo Sánchez de Lozada em 1997, constituiu a perda fundamental da soberania econômica do país .

Este é o paradoxo central : a Bolívia produz riqueza, mas não a controla. A Tese do COB identifica esse fenômeno como uma condição de dependência econômica aprofundada pela globalização . A crise, portanto, não é fiscal; é estrutural e soberana .

TESE COB PARTE 2
Chaves para um Projeto de Emancipação na Bolívia

(Parte 2)

Diego Hernán Moscoso Sanginés Uriarte
Economista – outubro de 2025

Introdução

Na primeira parte desta série, contrastamos o diagnóstico da crise econômica sob a perspectiva neoliberal com a da classe trabalhadora. Nesta segunda parte, passamos do diagnóstico à proposta, desenvolvendo as linhas programáticas contidas na Tese Política da COB (Partido dos Trabalhadores da Bolívia), aprovada em seu 18º Congresso.

O documento da COB estabelece eixos estratégicos como a promoção de uma economia mista com controle operário, o fortalecimento de empreendimentos sociais e comunitários e a reativação de megaprojetos. Este artigo busca complementar essas propostas, delineando possíveis aplicações e exemplos que ilustrem seu potencial transformador, entendendo que seu desenvolvimento e implementação concreta serão, em última análise, o trabalho coletivo de trabalhadores organizados.

1. Economia Mista: Articulação Estratégica de Formas de Propriedade

A economia mista proposta pela COB representa uma integração estratégica na qual cada ator — Estado, comunidades, cooperativas e empresas privadas — contribui de acordo com suas capacidades, sempre dentro de um marco de soberania nacional e justiça social.

No entanto, essa economia mista só pode ser consolidada se for estruturada em torno de um princípio norteador: o controle dos trabalhadores, que garante que os interesses coletivos prevaleçam sobre os privados e que o aparato estatal não se torne burocrático.Parcerias Público-Comunitárias para a Soberania Alimentar e o Desenvolvimento Local:

Possíveis aplicações: produção e industrialização de alimentos, turismo comunitário, agricultura e pecuária sustentáveis ​​(por exemplo, cadeias de valor para lã de alpaca e vicunha, quinoa e derivados agroindustriais).

Objetivo: Garantir a soberania alimentar, desenvolver as economias locais e fortalecer a autonomia comunitária.Parcerias Público-Privadas para Setores de Alto Investimento e Tecnologia:

Possíveis aplicações: hidrocarbonetos, mineração (lítio e terras raras), energia elétrica e infraestrutura complexa.

Condições essenciais: regulamentação rigorosa, reinvestimento dos lucros no país e transferência de tecnologia, sempre sob supervisão estatal.

2. Controle Operário: O Mecanismo que Democratiza a Economia

O controle operário é o mecanismo transversal que impede que a economia mista se transforme em estatismo burocrático ou na reprodução do capitalismo. Democratiza a economia ao incorporar a voz dos produtores nas decisões estratégicas.Conselhos Tripartites (Estado, trabalhadores, técnicos) em empresas públicas e de uso misto — como YPFB, COMIBOL ou YLB — para decidir sobre planos de investimento e reinvestimento e políticas trabalhistas.
Comitês de Fiscalização de Trabalhadores e Comunidade para megaprojetos e setores estratégicos, com supervisão de impactos socioambientais, condições de trabalho e distribuição de benefícios.

Autogestão como expressão do controle dos trabalhadores, que estabelece as bases para uma transição para a gestão direta dos trabalhadores.

Esse controle não é apenas um instrumento técnico, mas também político: uma forma de poder popular na esfera econômica. Constitui o prelúdio necessário ao instrumento político da classe trabalhadora, que analisaremos na terceira parte desta série.

3. Autogestão dos Trabalhadores: A Alternativa Concreta ao Capitalismo e ao Estatismo

A autogestão dos trabalhadores é a prática concreta do poder econômico dos trabalhadores. Experiências valiosas já existem na Bolívia, embora enfrentem obstáculos legais, financeiros e de mercado significativos.Empresas sociais:

Elas surgem da reativação de empresas falidas ou abandonadas pelos seus donos.

Exemplos incluem Punto Blanco, INAL Panda, Diplomodel, Cerámicas Victoria (La Paz); Indústrias Cerâmicas de Oruro (Oruro); Dillmann Industrial Corporation (Cordill), Prosil e Hilsend Rubber (Cochabamba).Empresas comunitárias:

Criado do zero por comunidades indígenas, camponeses ou grupos de trabalhadores organizados.

Exemplos possíveis: empresas de serviços de turismo, produção têxtil, instrumentos musicais, artesanato, produção agrícola, apicultura, floricultura, processamento de frutas silvestres e oficinas comunitárias.

A autogestão não apenas preserva empregos, mas também redefine o significado do trabalho e do poder econômico. Onde o capitalismo concentra e o Estado administra, a autogestão distribui e democratiza.

4. Comércio Exterior: Soberania Cambial como Condição de Viabilidade

Este pilar, ausente na Tese do COB, mas proposto a partir da base manufatureira, é a chave que torna todo o programa econômico viável.Diagnóstico:

A fuga de capitais, facilitada pelo Decreto Supremo 24756 de 1997, é a principal causa da escassez de moeda estrangeira.Proposta das Bases:

A Federação de Fabricantes de La Paz propõe o controle do comércio exterior e do ouro, argumentando a necessidade de repatriar moeda estrangeira e destiná-la ao desenvolvimento nacional.Mecanismo possível:

Recuperação de moeda estrangeira: Restabelecer a liquidação obrigatória de moeda estrangeira ao Banco Central da Bolívia, como nas experiências recentes da Argentina e da Venezuela, mas com transparência social e supervisão sindical.

Objetivo estratégico: Criar um fundo nacional para financiar projetos comunitários autogeridos de reativação produtiva e desenvolvimento local.

Controlar o comércio exterior é, em suma, um ato de soberania econômica e política: retomar o poder sobre nossa própria riqueza.

Conclusão

Diante da crise econômica, a Bolívia enfrenta dois projetos opostos.

O projeto burguês oferece mais do mesmo: dívida externa, redução do orçamento público, corte de impostos para as transnacionais, privatização das empresas públicas e disciplinamento dos sindicatos e organizações sociais. Em suma: menos Estado para o povo, mais poder para as empresas capitalistas.

Diante desse programa de empobrecimento e entrega, a visão da classe trabalhadora — expressa na Tese Política da COB e enriquecida pelas contribuições aqui apresentadas — constrói uma alternativa de soberania e democracia econômica articulada em quatro eixos:
– A Economia Mista, como articulação estratégica que subordina o capital a um projeto nacional;
– O Controle Operário, como mecanismo de democratização real das decisões econômicas;
– A Autogestão Operária, como prática concreta que prefigura uma sociedade sem exploração;
– O Controle do Comércio Exterior, como ato de soberania que recupera divisas para financiar o desenvolvimento nacional.

Não se trata de medidas técnicas, mas de disputa pelo poder econômico. Enquanto o projeto burguês concentra riqueza e toma decisões a partir de conselhos corporativos, o projeto da classe trabalhadora democratiza, inclui e constrói soberania a partir das fábricas e comunidades.

Assim como a classe trabalhadora assumiu o controle das minas em 1952, hoje a emancipação exige o controle da economia como um todo, da produção ao comércio exterior.

A implementação desse programa, no entanto, requer uma ferramenta política capaz de confrontar os interesses estabelecidos. Na terceira parte desta série, analisaremos a proposta da COB de construir seu próprio instrumento político, avaliando seu potencial e seus desafios nessa luta por hegemonia.

Referências

– Central Operária Boliviana (2025). Tese Política do 18º Congresso Nacional Ordinário.
– Central Operária Departamental de La Paz (2025). Documento Político.
– Moscoso, D. (2025). 40 anos do DS 21060: A vigência de Goni e sua relação com a atual crise econômica.
– Moscoso, D. (2025). Introdução ao estudo da classe trabalhadora autogestionária na Bolívia no século XXI.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

SINDICALISMO E CONCEITO MARXISTA DA LUTA DE CLASSES * Trabalhadores de Classe e de Luta/TCL

SINDICALISMO E CONCEITO MARXISTA DA LUTA DE CLASSES
CONCEPÇÃO MARXISTA DA LUTA DE CLASSES

O conceito marxista da luta de classes é central na teoria de Karl Marx e Friedrich Engels. Ele se refere ao conflito entre diferentes classes sociais com interesses econômicos e políticos opostos.

*Principais classes sociais:*

- *Burguesia*: A classe capitalista que possui os meios de produção e explora a força de trabalho para obter lucro.
- *Proletariado*: A classe trabalhadora que vende sua força de trabalho em troca de salários e é explorada pela burguesia.

*Características da luta de classes:*

- *Conflito de interesses*: As classes têm interesses econômicos e políticos antagônicos.
- *Exploração*: A burguesia explora o proletariado ao pagar salários abaixo do valor real do trabalho realizado.
- *Consciência de classe*: A luta de classes pode levar ao desenvolvimento da consciência de classe entre os trabalhadores, que reconhecem sua posição comum e se organizam para lutar por seus direitos.

*Objetivos da luta de classes:*

- *Revolução proletária*: Marx acreditava que a luta de classes culminaria em uma revolução proletária, onde os trabalhadores se levantariam contra a burguesia para estabelecer uma sociedade sem classes.
- *Ditadura do proletariado*: Durante a transição para o comunismo, Marx propôs a ideia de uma ditadura do proletariado, onde a classe trabalhadora exerceria controle político e econômico.

*Importância da luta de classes:*

- *Mudança social*: A luta de classes é vista como um motor da história, impulsionando mudanças sociais e econômicas significativas.
- *Justiça social*: A teoria marxista busca promover a justiça social ao eliminar a exploração e estabelecer uma sociedade mais igualitária.

O conceito de luta de classes é fundamental para entender a dinâmica das sociedades capitalistas e as relações de poder entre diferentes classes sociais.


LIMITES DO SINDICALISMO DE RESULTADO: LEIA-SE NOSSAS CENTRAIS SINDICAIS E OS SINDICATOS NA CONJUNTURA ATUAL

O sindicalismo de resultados é uma abordagem que busca melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores por meio de negociações e ações que visam alcançar resultados concretos e mensuráveis.

*Características do sindicalismo de resultados:*

- *Foco em objetivos concretos*: O sindicalismo de resultados prioriza a obtenção de benefícios tangíveis para os trabalhadores, como melhorias salariais, condições de trabalho mais seguras e benefícios adicionais.
- *Negociação coletiva*: Utiliza a negociação coletiva como ferramenta principal para alcançar os objetivos, envolvendo tanto os sindicatos quanto os empregadores.
- *Avaliação de impacto*: Os resultados das negociações e ações sindicais são avaliados com base em seu impacto real na vida dos trabalhadores.

*Estratégias do sindicalismo de resultados:*

- *Negociação direta*: Envolve a negociação direta entre os sindicatos e os empregadores para alcançar acordos que beneficiem os trabalhadores.
- *Pressão política e social*: Pode incluir ações de pressão, como greves, manifestações e campanhas de conscientização, para influenciar os empregadores e o governo.
- *Parcerias e colaborações*: Busca construir parcerias com outras organizações e entidades para fortalecer a capacidade de negociação e ação.

*Importância do sindicalismo de resultados:*

- *Melhoria das condições de trabalho*: Contribui para a melhoria das condições de trabalho e da qualidade de vida dos trabalhadores.
- *Fortalecimento dos sindicatos*: Pode fortalecer os sindicatos ao demonstrar sua eficácia em alcançar resultados concretos para os trabalhadores.
- *Promoção da justiça social*: Visa promover a justiça social ao defender os direitos e interesses dos trabalhadores de forma eficaz.

O sindicalismo de resultados é uma abordagem pragmática que busca alcançar melhorias tangíveis para os trabalhadores por meio de negociações e ações estratégicas.

FUNÇÃO DO SINDICALISMO CLASSISTA

O sindicalismo classista é uma abordagem sindical que se baseia na luta de classes e na defesa dos interesses dos trabalhadores como uma classe social distinta. Ele busca representar e lutar pelos direitos e interesses dos trabalhadores em oposição aos interesses do capital e dos patrões.

*Princípios do sindicalismo classista:*

- *Luta de classes*: Reconhece a existência de uma luta de classes entre trabalhadores e capitalistas, e busca fortalecer a posição dos trabalhadores nessa luta.
- *Independência*: Mantém a independência em relação aos partidos políticos e ao Estado, priorizando a autonomia dos trabalhadores.
- *Democracia sindical*: Valoriza a participação ativa e democrática dos trabalhadores nas decisões sindicais.
- *Solidariedade*: Promove a solidariedade entre os trabalhadores e entre diferentes sindicatos.

*Ações do sindicalismo classista:*

- *Negociação coletiva*: Realiza negociações coletivas para melhorar salários, condições de trabalho e benefícios.
- *Mobilização e greves*: Organiza mobilizações, greves e outras formas de protesto para pressionar os patrões e o governo.
- *Formação e conscientização*: Promove a formação e conscientização dos trabalhadores sobre seus direitos e sobre a luta de classes.

*Importância do sindicalismo classista:*

- *Defesa dos trabalhadores*: Atua na defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, buscando melhorar suas condições de vida e trabalho.
- *Conscientização política*: Contribui para a conscientização política dos trabalhadores sobre a luta de classes e a importância da organização coletiva.
- *Transformação social*: Pode ser um agente de transformação social ao desafiar as estruturas de poder existentes e promover mudanças significativas.

O sindicalismo classista é uma forma de sindicalismo que se compromete com a luta pelos direitos e interesses dos trabalhadores, reconhecendo a importância da solidariedade e da ação coletiva.

PAPEL DO SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO


O sindicalismo revolucionário é uma corrente do movimento sindical que busca não apenas melhorar as condições de trabalho e salários, mas também transformar radicalmente a sociedade através da ação direta dos trabalhadores. Ele é caracterizado por uma abordagem mais radical e militante em comparação com outras formas de sindicalismo.

*Princípios do sindicalismo revolucionário:*

- *Ação direta*: Valoriza a ação direta dos trabalhadores, como greves, ocupações e manifestações, como meio de alcançar seus objetivos.
- *Autonomia*: Busca manter a autonomia dos sindicatos em relação ao Estado e aos partidos políticos, priorizando a autodeterminação dos trabalhadores.
- *Luta de classes*: Reconhece a luta de classes como central para a transformação social e busca fortalecer a consciência de classe entre os trabalhadores.
- *Solidariedade*: Promove a solidariedade entre os trabalhadores e entre diferentes movimentos sociais.

*Ações do sindicalismo revolucionário:*

- *Greves e mobilizações*: Organiza greves e mobilizações para pressionar os patrões e o governo, e para demonstrar a força dos trabalhadores.
- *Ocupações*: Pode incluir a ocupação de locais de trabalho ou espaços públicos como forma de protesto e pressão.
- *Formação política*: Promove a formação política e a conscientização dos trabalhadores sobre a luta de classes e a importância da ação coletiva.

*Importância do sindicalismo revolucionário:*

- *Transformação social*: Busca uma transformação profunda da sociedade, questionando as estruturas de poder existentes e promovendo uma sociedade mais justa e igualitária.
- *Empoderamento dos trabalhadores*: Visa empoderar os trabalhadores, dando-lhes controle sobre suas condições de trabalho e vida.
- *Resistência*: Atua como uma força de resistência contra a exploração e a opressão, defendendo os direitos e interesses dos trabalhadores.

O sindicalismo revolucionário é uma abordagem que combina a luta pelos direitos dos trabalhadores com o objetivo de uma transformação social mais ampla, buscando construir uma sociedade baseada na justiça e na igualdade. 

AS COMISSÕES DE FÁBRICAS: ORGANIZAÇÃO POR LOCAL DE TRABALHO

As comissões de fábrica são órgãos representativos dos trabalhadores dentro de uma fábrica ou empresa. Elas têm como objetivo principal defender os interesses dos trabalhadores e melhorar as condições de trabalho.

*Funções das comissões de fábrica:*

- *Representação*: Representar os trabalhadores nas negociações com a administração da empresa.
- *Comunicação*: Servir como canal de comunicação entre os trabalhadores e a administração.
- *Resolução de problemas*: Ajudar a resolver problemas e conflitos dentro da fábrica.
- *Melhoria das condições de trabalho*: Trabalhar para melhorar as condições de trabalho, saúde e segurança dos trabalhadores.

*Importância das comissões de fábrica:*

- *Voz dos trabalhadores*: Dão voz aos trabalhadores, permitindo que suas preocupações e sugestões sejam ouvidas pela administração.
- *Melhoria das relações*: Podem ajudar a melhorar as relações entre trabalhadores e administração, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso.
- *Defesa dos direitos*: Atuam na defesa dos direitos dos trabalhadores, garantindo que sejam respeitados e protegidos.

As comissões de fábrica desempenham um papel crucial na representação e defesa dos interesses dos trabalhadores dentro das empresas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

TRABALHADORES DA SGS D.CAXIAS EM GREVE * COMISSÃO TRABALHADORES DA SGS EM GREVE NA PLANTA DA BRASKEM Q4 DE CAMPOS ELÍSEOS

TRABALHADORES DA SGS D.CAXIAS EM GREVE

"A paralisação teve início na segunda-feira passada, dia 25 de agosto de 2025, os trabalhadores da empresa SGS, empresa contratada da Braskem, decidiram paralisar as atividades de forma temporária até que suas reivindicações fossem atendidas.

Importa destacar que a paralisação teve início pela soma de diversos fatores, um dos pontos de grande importância se deu pela inobservância de normas de segurança do trabalho ocasionando acidentes no interior da unidade e a tentativa da empresa de ocultar esses acidentes dois representantes eleitos para comissão interna de prevenção de acidentes.

O que surpreende é que desde o início das reivindicações o número expressivo de policiais, policiais militares de várias regiões, estão aparecendo para escoltar ônibus, permanecendo ao redor das assembleias realizadas diariamente pelos trabalhadores, ostentando armamento desproporcional e desnecessário. Os trabalhadores não entendem a razão pela qual na última assembleia realizada no dia 1 de setembro de 2025, haviam em torno de 30 viaturas, todas com policiais armados de fuzis.

Já houve audiência de conciliação no tribunal do trabalho seção de dissídios coletivos, porém, até o momento não houve solução em razão do fato da proposta apresentada ter sido ínfima.

O problema é que a empresa, que atualmente possui um efetivo de 600 trabalhadores, optou por ignorar a reivindicação realizada pelos trabalhadores organizados em comissão eleita para essa finalidade.

Outro fator de extrema relevância é que a empresa sgs afirma que o sindicato representante da classe trabalhadora é um sindicato cuja atividade representada não possui nenhuma relação com aquelas exercidas nas unidades de trabalho Braskem e Arlanxeo, gerando grande prejuízo a todos os trabalhadores em razão da prática de salários e benefícios inferiores aqueles devidos pelas funções desempenhadas.

Na tentativa de ocultar os acidentes, a empresa SGS retirou os representantes da CIPA da unidade de trabalho, tendo transferido o representante Patrick para o terminal marítimo, o deixando isolado do convívio com outros trabalhadores e retirado o representante da CIPA de nome Sérgio da unidade de trabalho.

Houve um acidente no mês de junho que culminou no afastamento de um trabalhador e outro acidente no mês de agosto que pode ter contaminado vários trabalhadores em razão disposição prolongada ao benzeno, já sendo de conhecimento da comissão de trabalhadores que ao menos trabalhadores da empresa SGS foram expostos a benzeno.

No esforço de tentar frustrar a paralisação a empresa SGS proibiu os motoristas dos ônibus contratados de abrirem as portas, impedindo que os trabalhadores desçam para participarem das assembleias que são realizadas diariamente na porta da unidade.

Ao se organizarem dessa forma, os trabalhadores da SGS entendem que estão no legítimo exercício do direito de paralisação, contudo, as empresas envolvidas insistem em não negociar, e pior, estão se utilizando indevidamente das forças policiais do Estado para intimidar os trabalhadores na tentativa de frustrar o movimento grevista, destaca-se ainda que a data base da categoria indicada pela empresa SGS é 01/08/2025, portanto, a reivindicação estaria sendo feita no tempo oportuno, tendo em vista que não há Norma coletiva vigente.

Em razão das práticas abusivas da empresa SGS e diante de sua resistência em conversar com a classe trabalhadora, não restou outra alternativa senão organizar uma pauta de reivindicação e pleitear melhorias das condições de trabalho, salários e benefícios.

Os integrantes da comissão de trabalhadores formalizaram denúncias junto ao Ministério público do Trabalho noticiando todas as irregularidades e pedindo auxílio do Ministério público, NF 001125.2025.01.004/3, NF 001063.2025.01.004-0. (Trabalhadores da Sgs em greve na planta da Braskem q4 em Campos eliseos)"
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TRABALHADORES DA SGS EM GREVE NA PLANTA DA BRASKEM Q4 DE CAMPOS ELÍSEOS - RJ

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Luta Caminhoneiro * Movimento Luta Caminhoneiro - Agosto 2025

Luta Caminhoneiro

Apesar da importância essencial para o país que possui os companheiros caminhoneiros, seu peso econômico, etc., isso contrasta com a situação difícil que a categoria enfrenta. Os empresários e seus agentes, independente do setor econômico a que pertença, vêm há tempos implementado uma verdadeira política de arrocho e superexploração contra os companheiros.

Os trabalhadores, sejam efetivos, sejam os chamados "autônomos", que estão endividados pagando seu caminhão, sentem na pele o verdadeiro arrocho e defasagem nos salários, nos fretes, a carestia da indústria dos pedágios, preço abusivo do combustível, gastos com manutenção, trânsito e condições de tráfego completamente insalubres, condições péssimas e desumanas em locais de entrega ou coleta, desrespeito e falta de reconhecimento profissional, etc. Todos estes, são problemas sérios e cotidianos que nos deparamos e que tem tornado uma verdadeira tortura diária, ser motorista profissional no Brasil . Não à toa, que o número de caminhoneiros vem se reduzindo anualmente em nosso país.

O oportunismo das empresas e seus atravessadores, que aumentam de forma vertiginosa o número de entregas e coletas em troca de salários e fretes cada vez menores e ínfimos, tornou-se gritante e insustentável. Estes abutres estão tirando proveito da atual situação de nossa desorganização e fragmentação.

As organizações que dizem nos "representar", não passam de agregados de oportunistas e agentes dos patrões. Não conscientizam, nem organizam e muito menos mobilizam os trabalhadores para a luta em defesa de condições dignas de trabalho, salário e frete.

O Brasil, país de dimensões continentais, com seus mais de 8,5 milhões de territórios e uma população com mais de 200 milhões de pessoas; possuindo um sistema de transportes estruturalmente dependente de rodovias e caminhões para escoamento, produção e circulação no país, depende essencialmente do trabalhador caminhoneiro como um dos pilares para o funcionamento da economia nacional.

No entanto, embora o peso, mais do que reconhecido sobre nossa importância para o país, não nos vemos minimamente valorizados. Justamente o contrário, estamos a cada dia submetidos a condições precárias, degradantes mesmo, sujeitos a baixos salários e fretes que mal conseguem garantir a reprodução dos caminhoneiros empregados e muito menos a manutenção e abastecimento dos caminhões dos companheiros "autônomos".

Eles querem nos dividir para nos dominar

Os empresários de todos os setores da economia nacional, muito têm se aproveitado da estrutura profissional que envolve os trabalhadores caminhoneiros vigentes no país.

Nossa categoria é composta por uma parte de trabalhadores "autônomos" e outra parcela empregada via CLT. Dessa fragmentação entre os trabalhadores, os patrões se aproveitam e manobram fomentando a concorrência e competição entre os trabalhadores. Assim, eles incrementam seus lucros utilizando este expediente para rebaixar o valor do frete, ou para arrochar os salários; para colocar os trabalhadores em competição e guerra entre si pela sobrevivência.

Tal fato na prática enfraquece nossa categoria, fragmenta nossos companheiros, quebra nosso potencial de lutas e nos torna presas fáceis para a sanha dos empresários e seus agentes.

Esse o motivo por trás das organizações fajutas que dizem nos "representar", porém nunca terem tomado qualquer medida, mesmo tímida, visando unificar os caminhoneiros para uma agenda conjunta de esclarecimento , conscientização e mobilização em defesa de seus reais interesses de trabalhadores. Quem atua nos bastidores manobrando e instrumentalizando tais organizações e associações--e seus "líderes" corruptos-- são os próprios patrões, que sabem muito bem como nos manter na linha paralisados, apáticos e sem consciência, para garantir seus lucros graças a um nível selvagem e desumano na exploração de nossa força de trabalho.

A situação dos companheiros na AçoTubo

O caso dos companheiros que trabalham na metalúrgica Açotubo em Guarulhos, Grande São Paulo, ou mesmo de quem carrega ou descarrega nesta empresa é emblemático. Os companheiros relataram o aumento dos casos de assédio moral envolvendo as relações de trabalho, congelamento e defasagem nos valores do vale refeição, aumento sem precedentes da carga de trabalho, sobrepeso de materiais que precisam descarregar manualmente, etc. Quem, por sua vez, entrega ou coleta com frequência nesta empresa, está sujeito à demora e espera infindáveis para ser atendido; descaso e caprichos de supervisores e encarregados, etc.

O caso da AçoTubo é um exemplo típico das péssimas condições a que estamos sujeitos em troca de salários e fretes irrisórios e cada vez mais defasados, diante de um custo de vida absurdo que acomete toda a classe trabalhadora brasileira.

Já é hora de superarmos tudo isso. Precisamos urgentemente organizar de verdade nossas forças e traçar um plano nacional de lutas e mobilização em defesa de direitos, condições dignas de trabalho e ganhos reais nos salários e fretes.

Fazemos um chamamento a todos os companheiros caminhoneiros, empregados ou "autônomos", para fortalecermos os núcleos de apoio e organização de nossa categoria. Somente bem organizados e munidos de uma clara consciência sobre nossa real situação, poderemos avançar para humanizar nossas condições de existência sem sermos massa de manobra nas mãos de politiqueiros oportunistas e fantoches dos donos do poder.

O movimento Luta Caminhoneiro nos convoca a:
Formar e fortalecer os núcleos e comitês de apoio e luta dos caminhoneiros nos locais de trabalho e regiões de atuação, pontos de coleta e entrega;
Garantir condições dignas de trabalho e valorização nos salários e fretes;
Formar em cada município núcleos de organização e luta dos caminhoneiros.


Movimento Luta Caminhoneiro
Agosto 2025